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Loja de roupas femininas é acusada de aplicar golpes em clientes do Ceará e de outros estados

Loja de roupas femininas é acusada de aplicar golpes em clientes do Ceará e de outros estados

As vítimas compraram os produtos através do site da empresa, mas não receberam as peças de roupas e nem o estorno da compra. A loja alega que ocorreram "desacordos comerciais que ainda não puderam ser resolvidos".

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Com o crescimento do comércio eletrônico, impulsionado durante a pandemia, as empresas viram que a presença no meio digital era indispensável. Para o consumidor, esse crescimento proporciona maior comodidade, pois é possível comprar uma roupa ou sapato do conforto de casa com um custo menor. Mas essa comodidade vira uma dor de cabeça quando o produto comprado não chega e a empresa não dá nenhuma resposta para o cliente. Foi o que aconteceu com ao menos 10 mulheres do Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais que informaram ao Diário do Nordeste não terem recebido os produtos e nem o estorno da compra.

“Eu fiz a compra no dia 27 de julho de 2023, na Loja Marilu, que até então era em Fortaleza, na publicação dizia que a entrega era imediata. Depois de finalizar a compra, recebi uma mensagem informando a mudança desse prazo para ser entregue entre 25 a 30 dias úteis. A entrega não foi cumprida, entrei em contato novamente, com muita insistência me responderam e pedi o dinheiro (R$363) de volta que foi pago através do pix. Falei que tinha o direito de receber imediatamente, e ela [a proprietária] se recusou a mandar e colocou um prazo de 120 dias para realizar o pagamento. Aceitei para não quebrar a cabeça, passaram os 120 dias e continuei sem receber meu dinheiro.”

“Eu realizei a compra de 15 peças de roupas na Loja Marilu no dia 21 de março com entrega prevista para o dia dois de abril. Até o dia 26 de abril ainda não havia recebido os produtos, após muitas tentativas de contato, me responderam informando que houve atraso na produção e em cinco dias me enviaram as peças. Porém, não fizeram a entrega e tampouco o estorno das roupas que comprei.”

“Comprei algumas peças de roupas de forma online na Loja Marilu no começo de maio e que seriam entregues no dia 14 de maio, mas não foi. Tentei contato com a loja e com a proprietária, mas não consegui mais contato, nem por telefone e tampouco por mensagens”

Os relatos acima são de algumas das vítimas da ‘Loja Marilu’, uma empresa que comercializa roupas femininas e vende no varejo e no atacado. No perfil do Instagram, a empresa coloca que é sediada em Fortaleza - CE e realiza entregas para todo o Brasil. Com site próprio e com canal de vendas e de atendimento ao consumidor (SAC), a loja passava credibilidade para os clientes, que acabavam comprando da loja.

De acordo com as mulheres, que são das cidades de Fortaleza, Caucaia, Canindé, Jijoca de Jericoacoara, Pirapora (MG) e Mossoró (RN), a maior parte delas chegou até a loja, através do Instagram. O perfil possui mais de 100 mil seguidores, 6 mil publicações e mostrava a proprietária da loja vestindo as roupas e sendo modelo.

As vítimas enviaram o termo de reconhecimento de dívida devidamente preenchido para o canal de atendimento da empresa no WhatsApp e foram informadas que dentro de 120 dias elas receberiam o estorno das compras através do meio de pagamento pela qual fizeram as compras.

Elas aguardaram o prazo informado, que terminou em janeiro deste ano e foram novamente atrás do dinheiro, mas não tiveram mais resposta da loja. Segundo as clientes, no mesmo período, a sócia administradora da Loja Marilu, Juliana Gomes Ferreira, saiu em viagem para a Europa.

Em imagens enviadas para a reportagem é possível ver posts da Juliana nos stories do Instagram em passeio por Madri, na Espanha.

As vítimas relataram inúmeras tentativas de contato para receber o produto ou o estorno da compra, mas não obtiveram sucesso. Algumas foram bloqueadas nas redes sociais e até em ligações por telefone. Quando elas conseguiam atendimento, eram informadas que a empresa “não conseguiu suprir a demanda de pedidos e tinham que aumentar o prazo de entrega.”

Por meio do advogado, a loja informou que "os fatos contra ela imputados, se tratam de desacordos comerciais que infelizmente ainda não puderam ser resolvidos. A loja, como todo pequeno lojista, passou por problemas financeiros administrativos e também com seus fornecedores, o que acarretou no atraso da entrega de materiais e consequentes atrasos nos pedidos dos clientes".

A jovem Lara Umbelino, de Canindé, é uma das mulheres que procuraram por diversas vezes reaver o dinheiro das compras, mas não conseguiram. A jovem relata que quando conseguiu ser atendida, recebeu a promessa de que em 120 dias úteis teria a compra estornada, mas até o momento, nenhum valor foi pago a ela. Lara fez um boletim de ocorrência na delegacia regional de Canindé.

Até a publicação da reportagem, as vítimas não receberam os produtos e não tiveram a compra estornada. Além disso, o site e perfil da loja no Instagram estão desativados.

 

 

Fonte: Diário do Nordeste .

Imagem da Galeria Foto: Shutterstock
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