Paris 2024: A olimpíada das mulheres
Jogos de Paris mostraram ao mundo a força do esporte feminino brasileiro.
Qual foi o destaque das Olimpíadas de Paris 2024? Qual a imagem mais marcante? Quando eu penso nas Olimpíadas de Paris, eu lembro de uma mulher no ponto mais alto do pódio.
Você com certeza viu e torceu pela Beatriz Souza, no judô. Você assistiu e vibrou com a Rebeca Andrade em cada apresentação na ginástica artística. Você acompanhou e comemorou com a Duda e a Ana Patrícia, no vôlei de praia.
As três medalhas de ouro do Brasil foram conquistadas por mulheres. A Beatriz Souza, a Rebeca Andrade, a Duda e a Ana Patrícia não foram as únicas medalhistas em Paris. Ao todo, as brasileiras conquistaram 12 das 20 medalhas do país. Pela primeira vez na história, elas ultrapassaram os homens no pódio.
Foi a coroação de um trabalho de décadas. Nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, quatro medalhas brasileiras foram de conquistas femininas. Resultado repetido em Sydney, quatro anos depois. Nos Jogos de Atenas, em 2004, duas medalhas foram conquistadas por mulheres. Em Pequim 2008, foram sete conquistas. Em Londres, as mulheres levaram sete medalhas. No Rio 2016, foram cinco pódios femininos. Em Tóquio 2020, a delegação feminina conseguiu nove medalhas. E agora em Paris 2024, as mulheres conquistaram 12. O melhor desempenho da história.
Os Jogos Olímpicos de Paris deixam um sentimento de vitória para as mulheres brasileiras, mas também reforçam como é difícil a busca por espaço e equidade de gênero na sociedade.
Temos conquistas para comemorar, mas não é só festa. Um destaque negativo dos jogos envolveu a boxeadora Imane Khelif, da Argélia. A campeã no boxe precisou lutar contra fake news e mensagens de ódio na internet, com a circulação de boatos de que ela, nascida e criada mulher cisgênero, seria uma atleta transgênero.
A luta da Khelif vai continuar. A luta das mulheres brasileiras também. E ela é necessária para que mais meninas tenham oportunidades no esporte, para que as marcas aumentem o patrocínio para as atletas mulheres.
A minha torcida será sempre para as mulheres e para que o nosso esforço ultrapasse o mundo do esporte. Pra que as mulheres conquistem o respeito e a liderança dentro das empresas, famílias, comunidades. Pra que, assim como nos Jogos Olímpicos, a “premiação” seja a mesma, sem distinção de gênero.
Mesmo com o fim das Olimpíadas, a nossa missão é continuar assistindo e torcendo pelas atletas mulheres. A minha torcida será sempre pelas Rebecas, Bias, Dudas, Anas e Imanes.
Fonte: NSC TOTAL.