Mortes violentas crescem no Ceará no primeiro trimestre e preocupa autoridades e especialistas
A violência tem aumentado no Ceará. Os números apontam no primeiro trimestre um crescimento de 12% de crimes violentos.
Os casos mais recentes corroboram os dados apresentados. Na última manhã de terça-feira (23/4), um funcionário foi morto a tiros e teve a cabeça decapitada dentro do "Hospital Instituto Doutor José Frota", em Fortaleza. O zelador foi encontrado caído no refeitório da unidade hospitalar, enquanto outra pessoa ficou ferida. O suspeito foi capturado no mesmo dia.
No mesmo dia, um adolescente de 16 anos foi morto dentro de uma escola municipal no bairro Passaré, na capital. O jovem foi surpreendido por um atirador enquanto deixava sua irmã na instituição de ensino, sendo alvejado fatalmente na cabeça. O suspeito do crime, um adolescente, foi capturado na quarta-feira (24/4).
Ainda no mesmo dia, um casal foi executado a tiros em uma barraca de praia na Praia da Tabuba, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. O homem morreu no local, enquanto a mulher, mesmo socorrida, não resistiu aos ferimentos.
O aumento de crimes violentos no estado preocupa as autoridades e especialistas com o aumento da criminalidade.
Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) revelam que, de janeiro a março deste ano, foram registradas 819 vítimas no estado, incluindo casos de homicídio, feminicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. No mesmo período de 2023, foram registrados 730 casos, representando um aumento de 12%.
O sociólogo e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará atribui o avanço da violência a fatores além da atuação de grupos criminosos.
“Observamos uma cultura da agressividade que reivindica uma masculinidade baseada na violência. Quando frustrados, muitos indivíduos recorrem à violência como forma de resolver seus problemas”, declara o especialista. Ele também destaca que existe a necessidade de políticas de educação e assistência social para frear o avanço das mortes violentas no Ceará.
Fonte: CN Ceará notícias