Português (Brasil)

Gerente de Meio Ambiente da CSP revela as tecnologias e desafios para ser uma indústria ambientalmente responsável

Gerente de Meio Ambiente da CSP revela as tecnologias e desafios para ser uma indústria ambientalmente responsável

Compartilhe este conteúdo:

Entrevistamos o gerente de Meio Ambiente da CSP, Marcelo Baltazar. Ele conta os destaques e desafios de uma grande indústria para ser o “estado da arte” no importante braço de uma empresa sustentável: os aspectos ambientais. Ele detalha sobre a renovação da Licença de Operação (LO), o que ela exige da empresa e porque a CSP optou por ser muito mais rigoroso do que a legislação existe nos controles ambientais. Acompanhe a entrevista.

 

Dentre as exigências da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) que garantem o recebimento da Licença de Operação (LO), quais você poderia citar em que a CSP se destaca?

Marcelo Baltazar - Assim como em nossa primeira Licença da Operação, que cumprimos com rigor 100% das condicionantes, a Semace estabeleceu medidas de controle e gestão ambiental dentro do que estabelece a lei ou melhores práticas. Como exemplo posso citar o seguinte:

 

1 – “Manter e executar os planos de manutenção preventiva dos equipamentos de proteção ambiental.” Com isso, o órgão reforça o papel da manutenção na prevenção de falhas que possam gerar danos ambientais. A CSP, desde o início da operação, sempre deu atenção especial a esta atividade e hoje desenvolve um programa de excelência mundial em manutenção de equipamentos operacionais.

 

2 – “Manter de canal de comunicação para a comunidade visando receber e responder reclamações de potenciais impactos ambientais da CSP.” Desde o ano de 2012, a CSP tem canal de comunicação com as comunidades. Destaco que nosso programa conta não apenas com um número para ligações gratuitas, e-mail e formulário em nosso site, mas com uma rede de profissionais que sistematicamente se relaciona com as sete comunidades de onde a CSP fica próxima. Todas as sugestões e reclamações são registradas, avaliadas pelas áreas competentes e respondidas, fazendo com que a comunidade faça parte do nosso processo decisório.

 

3 – “Apresentar semestralmente à SEMACE, como automonitoramentos e relatórios das Emissões Atmosféricas do Pátios das Matérias Primas e Insumos; Coqueria; Planta de Tratamento de Gás; Sinterização; Alto Forno; Aciaria; Lingotamento Contínuo; e Caldeiras da Termelétrica, de acordo com a Resolução CONAMA n° 382/2006, que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas.” Nestes três anos de operação, a CSP demonstrou plena capacidade de atendimento aos parâmetros ambientais de emissões atmosféricas. A excelência em operação, aliada ao rigoroso atendimento ao plano de manutenção, garante resultados de atendimento a legislação com tranquilidade, tanto que todos os relatórios de auto monitoramento foram aprovados pela SEMACE, sem multas ou paralizações por desvio ambiental.

 

A Licença de Operação (LO) da Semace tem validade de seis anos. O que ela atesta exatamente?

Marcelo Baltazar - A renovação da Licença de Operação significa que todo nosso empenho em atender a Lei, as comunidades e aos acionistas nos últimos três anos foi positivo e deu clareza aos técnicos e gestores da SEMACE sobre a renovação da LO. Ressaltamos que somos certificados na norma de gestão ambiental ISO 14.001/2015 e cumprimos com todos os compromissos estabelecidos, o que foi apreciado pelo órgão. A LO anterior tinha validade de 3 anos. Agora terá 6 anos, o máximo permitido por lei para nosso porte operacional. Isso ocorreu após requisição da CSP e avaliação do corpo técnico, dentro do que estabelece a Resolução COEMA n° 02/2019.

 

A CSP utiliza as melhores tecnologias ambientais. Quais são elas e que ganhos elas trazem para a empresa e para o meio ambiente?

Marcelo Baltazar - Uma planta operacional começa a ser ambientalmente segura quando a operação é eficiente. Os controles serão decorrência do que não é possível transformar em produto. Em nosso parque industrial, temos desde tecnologias simples, como filtros de manga, até precipitadores eletrostáticos dos mais eficientes do mundo, para controle de emissões atmosféricas. Nossas estações de tratamento de efluentes além de redundâncias têm, em uma delas, tratamento terciário (que envolve remoção físicas e químicas). Somamos a isso tudo, temos o monitoramento 24 horas por dia, 365 dias por ano e constante treinamento dos nossos operadores, que fazem estes resultados serem concretos. O Ceará pode dizer com orgulho que tem em seu solo a siderúrgica mais moderna do Brasil em todos os aspectos.  

 

Por que a CSP tem níveis de emissão atmosférica muito menores do que os exigidos pela legislação nacional? Ou seja: por que a CSP é muito mais rigorosa nos seus indicadores?

Marcelo Baltazar - O primeiro fator é que somos uma planta recém construída e nossos investidores fizeram questão de trazer para o Ceará o que havia de melhor e mais moderno no mundo. Temos soluções para tratamento de coprodutos (materiais gerados na produção que não são aço ou energia, mas tem valor agregado, são vendidos e não podem ser qualificados como resíduo) únicos no Brasil,  como o BSSF – Baosteel's Slag Short Flow, que granula a escória de aciaria e abre novas aplicações para o material. O mesmo acontece com as emissões atmosféricas. Nossas taxas de emissão, na maior parte dos equipamentos, operam abaixo de 50% do padrão legal.

Outro fator é o compromisso das áreas operacionais e de manutenção que atuam na melhoria contínua do desempenho ambiental. Em 2019, por exemplo, um técnico visitou uma planta na Indonésia para conhecer o modelo de operação do precipitador eletrostático deles e trouxe essa solução para CSP. Após implementada, baixamos ainda mais as emissões da sinterização. Mas não para por aí, pois conseguimos elevar o consumo de pós e lamas gerados na CSP com a segurança de não emitir mais material particulado.

 

A CSP tem cerca de 80 equipamentos ambientais pra controlar as emissões atmosféricas, tratar efluentes e destinar corretamente resíduos gerados. A CSP chega a recircular 98% de água. Ou seja, uma parte é descartada. Como esse descarte de água é feito?

Marcelo Baltazar - A CSP nasceu consciente de que água é um bem precioso e precisa ser preservado. Desta forma, descartamos apenas quando não há mais alternativas de aplicação segura por meio de recirculação. O controle é intenso e a área de laboratórios da CSP opera 24 horas por dia junto com a operação do tratamento de efluentes para atestar esta qualidade. A água que segue para descarte recebe tratamento na sua unidade operacional. Todos os fluxos de tratamento de efluentes de outras unidades são encaminhados para uma estação final e o descarte é feito apenas se os parâmetros estabelecidos pela legislação forem atendidos 100%. E se ocorrer algum problema? Existe um plano de ação que é acionado pela gerência geral de Utilidades para redirecionar o efluente para tanques de armazenamento ou recirculação, dando tempo de promover soluções sem descartar ao meio ambiente.

 

Que certificações a CSP tem e busca no aspecto ambiental?

Resposta - Na área ambiental, somos certificados na ISO 14001, por meio de auditorias independente realizadas pelos organismos certificadores. As empresas que são certificadas nesta ISO são reconhecidas como gestoras qualificadas na área ambiental. Segundo o INMETRO, existem no Brasil 937 empresas certificadas na ISO 14001. De todo parque industrial do Ceará, apenas 14 empresas têm esta certificação e a CSP é uma delas. Como obtivemos o primeiro certificado em 2017, este ano iremos passar pelo processo de renovação no mês de outubro. A SEMACE também emitiu certificados de reposição florestal, atestando que todas as árvores que a CSP precisou suprimir foram compensadas na devida proporção, por meio de um reconhecido programa de recuperação de área, como a Estação Ecológica do Pecém e áreas de preservação permanente como a APA do Pecém e Lagoa do Bolso, com mais de 320.000 mudas plantadas e monitoradas.

Compartilhe este conteúdo: