Multinacional chinesa deve gerar 2 mil vagas de emprego no Pecém
Mingyang Smart Energy planeja instalar um parque eólico offshore no município. A expectativa, de acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, é que o empreendimento seja implantado até 2023
O Complexo Industrial e Portuário do Pecém e a multinacional chinesa Mingyang Smart Energy assinaram, na última quarta-feira (21), um documento que firma a parceria para a instalação de um parque eólico offshore no município. De acordo com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, a expectativa é que a implantação ocorra até 2023, gerando, aproximadamente, 2 mil vagas de emprego na fase inicial.
Para fazer a instalação do parque eólico offshore no Ceará, a empresa levou em consideração fatores como localização geográfica estratégica, que assegura potencial para a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, assim como a infraestrutura do Complexo do Pecém.
O vice-presidente da Mingyang, Larry Wang, ressaltou a intenção do grupo chinês em transformar o Porto do Pecém em um hub de exportações para usinas eólicas offshore no Brasil e também no exterior. "Na próxima fase, pretendemos fazer um piloto (teste) de implantação de turbina de eólica offshore e com isso será adquirido experiência em design, orçamento, construção e permissões legais para futuros projetos mais grandiosos. Esse deverá ser o nosso primeiro projeto do tipo offshore em toda a América Latina, por isso planejamos iniciar a construção já em 2022", afirmou.
Desenvolvimento
Conforme o secretário Maia Júnior, o Ceará, no passado, foi o protagonista de todo o desenvolvimento de energias renováveis do Brasil. Há aproximadamente 25 anos, quando começou a desenvolver este trabalho, diz Maia, o Estado não era um gerador de energia. Hoje, o Ceará avançou e até exporta energia limpa.
"Agora, pioneiramente, novamente como protagonista, o Estado inaugura uma outra etapa de um upgrade bastante relevante não só para cá, mas também para o Brasil e a América Latina, que é sediar o desenvolvimento dessas energias renováveis offshore", destacou Maia Júnior.
Negociação
No último mês de setembro, o Governo do Ceará, que é acionista majoritário do Complexo do Pecém, já havia assinado um memorando com a Mingyang para formalizar a intenção de receber um parque eólico offshore no Estado. Na ocasião, o governador Camilo Santana destacou o pioneirismo do Ceará na geração de energias renováveis. "Queremos retomar a nossa vanguarda", pontuou.
"Hoje o Complexo do Pecém possui empresas que contribuem diretamente com a matriz energética do Estado do Ceará. Agora, estamos iniciando os primeiros estudos de viabilidade em torno desse projeto pioneiro de energia eólica offshore, o que é extremamente importante para o desenvolvimento e o consequente amadurecimento do setor de energias renováveis no Brasil", afirma o presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa.
Projeto
Na indústria de produção de energia eólica, o termo offshore se aplica a torres eólicas instaladas em alto-mar, em águas não muito profundas e em locais afastados das rotas de tráfego marítimo. Para se conectarem com a rede elétrica em terra, as torres são ligadas à costa por meio de cabos submarinos. A energia gerada é então enviada para centros de distribuição.
"Mesmo na pandemia, os dois países têm bases profundas, necessidades grandes e futuros brilhantes na cooperação. Quando o projeto estiver concluído, será o primeiro na América do Sul, acumulando assim experiências valiosas na área de licenciamento, construção e cooperação", enfatizou o cônsul geral do Consulado-Geral da China no Recife, Yuqing Yan.