Empresas reclamam da péssima qualidade do asfalto de obra da CE-155 nas proximidades do porto do Pecém
Exportadores, operadores portuários, empresários do transporte rodoviário e executivos de empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém estão preocupados com a duplicação da rodovia CE-155, que liga a BR-222 ao porto do Pecém.
A esta coluna, eles indicam a causa de sua preocupação: a qualidade do pavimento da estrada, que, em vez de concreto, como recomenda a boa engenharia rodoviária, está recebendo asfalto usinado.
“Isto quer dizer que, em muito pouco tempo, em três ou quatro anos, a CE-155 precisará ser de novo recapeada, o que exigirá novo gasto público, significando nova licitação e o que isso implica”, explica um exportador.
Por sua vez, mais didático, um transportador, com grande frota de caminhões pesados, detalha:
“O pavimento de concreto é o recomendado para estradas pelas quais trafegam carretas de até 30 toneladas, como é o caso da CE-155, que sempre foi uma péssima rodovia exatamente pela má qualidade do seu piso”.
Tentando conter sua irritação, o empresário prossegue:
“A CE-155 integra um complexo de rodovias que ligam os portos do Mucuripe e do Pecém. Cargas portuárias, de exportação ou não, pelas suas dimensões (é só prestar atenção no comprimento de até 80 metros de uma pá eólica) e pelo seu peso, têm de ser feitas por veículos também especiais e pesados. O IV Anel Viário, que está sendo duplicado, com promessa de conclusão até março do próximo ano, tem seu piso construído em concreto. Isto quer dizer que ele durará, no mínimo, 20 anos. Mas, infelizmente, o que se está fazendo na CE-155 é lamentável. Não é culpa da construtora, que executa o está no projeto, e o projeto determina asfalto no lugar de concreto”.
Bem, este é apenas o começo de uma mobilização dos diferentes interesses envolvidos na duplicação da CE-155 – e entre os interessados estão também a CSP e a própria Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), que querem, como todo o universo de empresas que operam lá, uma rodovia de dupla pista, com pavimento rígido, dentro do padrão internacional, capaz de suportar o vai-e-vem de grandes caminhões.
Coluna Egídio Serpa - Diário do Nordeste