Novo vírus de celular desvia dinheiro do Pix e 'limpa' conta de usuários; saiba como se proteger
Criminosos brasileiros desenvolveram um vírus para dispositivos móveis capaz de desviar dinheiro através de transferências Pix e esvaziar as contas dos usuários. Essa tecnologia, identificada em dezembro do ano passado, está se propagando no Brasil e se tornou a segunda fraude mais comum em toda a América Latina, de acordo com a empresa de segurança cibernética Kaspersky.
Nesse esquema de fraude do Pix, os criminosos conseguem modificar o destinatário e o valor das transferências. O vírus tem a capacidade de acessar informações antes mesmo da solicitação de senhas. Alguns sinais de que um celular foi infectado incluem tremores na tela e lentidão no carregamento. Os golpistas podem roubar até 95% do saldo da conta em um único golpe.
Os hackers utilizam notificações falsas e aplicativos fraudulentos para infectar os dispositivos móveis. Alguns relatos indicam que o golpe começa com um anúncio falso de atualização do WhatsApp, que redireciona para uma cópia do aplicativo de mensagens. Uma vez que o programa "Atualização Whats App v2.5" é baixado, o dispositivo fica comprometido.
A Kaspersky informou que o aplicativo fraudulento foi removido da Google Play Store. Embora também existam vírus direcionados a dispositivos Apple, como iPhones, eles são menos comuns.
O Google enfatizou a importância da segurança em sua loja de aplicativos, afirmando que seus usuários são protegidos pelo Google Play Protect, que identifica comportamentos maliciosos em aplicativos e dispositivos Android e alerta os usuários.
O vírus de desvio de Pix é automatizado, permitindo operações em larga escala. Para evitar cair nesse golpe, a Kaspersky recomenda que os usuários desconfiem de qualquer notificação que solicite "acesso às opções de acessibilidade". Essa permissão concede amplo acesso às funções do smartphone e só é necessária para aqueles que realmente precisam de assistência para usar aplicativos, que devem ser escolhidos com cuidado.
Os criminosos escolheram o Pix como alvo devido à sua velocidade e capacidade de dispersar dinheiro entre várias contas, dificultando o rastreamento dos valores, conforme explicou Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky.