Apodi transforma óleo encontrado nas praias do litoral cearense em combustível alternativo
O desastre ecológico causado pela imensa mancha de petróleo que atingiu grande parte do litoral do Nordeste, incluindo o mar cearense, além de deixar as praias impróprias para banho, já causou a morte de dezenas de animais marinhos. Diante dessa tragédia, a Cimento Apodi, em parceria com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), realiza um trabalho na tentativa de minimizar os estragos. Parte do óleo que está sendo recolhido das praias do Ceará está enviada para a fábrica da Apodi, em Quixeré e será transformada em combustível alternativo na fabricação de cimento.
A transformação do petróleo em combustível alternativo será realizada por meio de coprocessamento, tecnologia de destinação final de resíduos em fornos de cimento que não gera novos resíduos e que contribui para a preservação de recursos naturais ao substituir matérias-primas e combustíveis tradicionais no processo de fabricação do cimento. Segundo o diretor Industrial da Cimento Apodi, João Butkus, o material coletado servirá como combustível alternativo por ter poder calorífico e ser capaz de substituir os combustíveis tradicionais. “Essa é a melhor solução para destinação ambientalmente correta desses materiais”, ressalta.
O diretor explica que a coleta feita pela Semace com apoio de outras empresas, remove os resíduos e envia-os à fábrica da Apodi em Quixeré. A ideia, segundo Butkus é que a parceria continue até finalizar toda a coleta desse material nas praias cearenses. “A Cimento Apodi possui uma instalação licenciada pelos órgãos ambientais para coprocessamento de resíduos que são usados como combustíveis alternativos em todo o sistema. Fazemos uma mistura de vários materiais para termos um produto homogêneo, com qualidade e parâmetros controlados, que são alimentados por equipamentos de última geração”, destaca.
Ainda conforme Butkus, além do petróleo, outros produtos podem ser usados como combustível alternativo como pneus picados, biomassas, materiais contaminados de óleo, restos de borrachas, solventes e lodos. “Existe uma lista de alternativos que seguimos conforme CONAMA 264/99”, frisa.
Benefícios do coprocessamento
Atualmente, a Cimento Apodi substitui em torno de 15% de combustíveis tradicionais fósseis por combustíveis alternativos que poderiam parar em aterros ou lixões. Essa medida reforça a economia circular, pois os resíduos de uma indústria são insumos ou combustíveis para outra indústria. Com isso, há uma redução importante na emissão de gases de efeito estufa, principalmente de CO², redução de uso de combustíveis fósseis e também diminuição dos custos de produção. A tecnologia evita impactos negativos para a comunidade como o odor provocado pelo armazenamento de resíduos em terrenos baldios e o acúmulo de resíduos, evitando assim a possibilidade de contaminação do solo e lençóis freáticos.
Sobre a Cimento Apodi
Idealizada no ano de 2008, a Cimento Apodi é uma joint venture multinacional formada pela participação societária da família Dias Branco e do Grupo Titan, produtor de cimento e materiais de construção, que tem mais de 110 anos de experiência na área industrial, com sede na Grécia. Presente de forma estratégica no Norte e Nordeste do país, a Cimento Apodi possui um parque industrial de 3.000ha de área em Quixeré, mesorregião do Vale do Jaguaribe, e uma moagem de processamento no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Juntas, as duas unidades têm capacidade para produzir mais de dois milhões de toneladas de cimento ao ano. A Companhia conta ainda com duas centrais de concreto, um laboratório de tecnologia de concreto e nove Centros de Distribuição posicionados de forma estratégica nas diferentes regiões do país para melhor atender seus clientes.